quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A caminho da tirania

A nossa sociedade moderna ocidental começa a ser uma farsa, um mundo de mentiras e falsidades.

Os media que supostamente consagravam o direito à informação e ao esclarecimento do público e simultaneamente a livre opinião, estão a transformar-se em agentes activos do envenenamento do público e de formatação da sua mentalidade.

Dentro de duas gerações, a continuar este estado de coisas, a humanidade estará pronta para a completa abominação, cuja forma não consigo antecipar mas que será seguramente uma catástrofe superior a tudo o que a história já testemunhou.

De onde vem este catastrofismo?

Muito simplesmente da constatação dos factos. A engenharia social, a promiscuidade dos relacionamentos e o relativismo moral, a ignorância e a iliteracia funcional, a cada vez maior superficialidade e consequente excentricidade do ser humano estão a tornar as pessoas em seres epidérmicos, facilmente manipuláveis.

Os media de hoje repetem mentiras e formatam as mentes como centrais globais de propaganda. 

Depois os idiotas, o conjunto de gente acéfala que passa horas a olhar para fotografias e comentários imbecis nas "redes sociais", que se "indigna" com coisas de cujos verdadeiros contornos não faz a mais pequena ideia, os idiotas cuja "cultura" vem desses media, interiorizam e defendem essas mentiras como sua tropa peã. Esta gente faz depois o trabalho de censura social que começa a assumir contornos de linchamento social.

Essa gente defenderá o "politicamente correcto" tanto mais fanaticamente quanto mais "informada" achar que é - isto é quanto mais entoxicada estiver pelos media e os opinion makers. "Politicamente correcto" significa opinião dominante mas sobretudo mentalidade dominante.

Os "factos" nunca são neutros em si pois face aos biliões de factos diários os media seleccionam apenas alguns como "notícias". Os factos são sempre apresentados num determinado contexto que oferece ou sugere uma determinada interpretação. Por isso os imbecis estão sendo alimentados para concluirem num determinado sentido e participarem da tal mentalidade dominante achando ainda que são muito "livres" porque muito "informados".

Acresce que as notícias "globais", ou seja notícias de tudo quanto acontece no mundo não têm qualquer utilidade para as pessoas. Nós não temos uma mentalidade que nos permita abarcar e lidar com o que se passa em todo o mundo. A dose de notícias deve por isso ser moderada. Com excesso, as pessoas tornam-se desequilibradas, neuróticas. Começam a ter a ilusão de viver realidades que nada têm que ver consigo, a indignar-se por tudo e por nada, a viver em permanente ansiedade.

Mas para além disto, os media propagam, nalguns casos conscientemente, opiniões de alguns grupos de interesse ou mesmo mentiras que apresentam como se fossem factos.

Os "estudos" que "mostram", "demonstram" ou "provam" determinadas coisas são sempre falsidades que alguém introduz no sistema de uma forma deliberada e para fazer prosseguir determinada agenda (abortista, gay, pro-drogas ou outras) que depois os media reproduzem, sabendo ou não sabendo que estão a propagar falsidades.

Dado este rumo que as coisas seguem, dado o ritmo alucinante com que a realidade avança, prevejo que antes ou a par de se gerar um total caos, resultado da desagregação em curso na nossa sociedade, uma tirania de tipo nacional-socialista ou uma guerra cataclísmica tenha lugar. 

A falta de referências morais, a irreligiosidade das pessoas e a sua total incapacidade para pensar, reflectir e fazer uma imagem correcta da realidade, os avanços vertiginosos da tecnologia, com todas as ramificações que isso tem para a vida física e mental das pessoas, estão a conduzir o mundo a um ponto de grande perigosidade e a abrir caminho para essa tirania monstruosa e a guerra generalizada. 

É importante que cada um de nós, ainda que não podendo fazer muito para evitar esta marcha, não seja porém um agente, por acção ou omissão, da desagregação da sociedade promovendo tudo o que é destrutivo e abrindo caminho ao desastre. Há que ter coragem para nos opormos à multidão que carrega os estandartes da selvageria e da barbárie, ainda que escondidos sob a manta de certos chavões muito politicamente correctos e adorados como ídolos pela mentalidade moderna. Saibamos ver, reconhecer e denunciar o que se está passando.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Canalhas!

Os "sindicalistas" que se atreveram a ir para a cerimónia que celebra o Dia de Portugal fazer chicana são canalhas miseráveis que, não tendo qualquer respeito para com as instituições, demonstraram hoje que também não têm o mínimo respeito por Portugal.
Não é nada de novo, pois as esquerdas mais radicais há muito que demonstram que Portugal nada lhes interessa. São internacionalistas, algo que aliás está na génese do marxismo e do socialismo em geral. A sua "ideologia" velhaca estará sempre à frente da lealdade à Pátria.
Mais do que os representantes das instituições, desrespeitaram as próprias instituições mais emblemáticas do País e os familiares de todos os militares presentes.
O espectáculo proporcionado hoje por estes degenerados foi absolutamente deplorável. Roça o atentado aos símbolos da nação e merece algo mais do que simples repúdio por parte de quem ainda se sente português.

terça-feira, 3 de junho de 2014

A República dos Juízes e a eventual demissão do Governo

A mais recente decisão do TC, inviabilizando o orçamento de Estado tal como o Governo o delineara, é uma ingerência clara de um órgão de soberania sobre outro e viola o princípio da separação dos poderes.

Ao Tribunal Constitucional cabe interpretar a lei fundamental do País quando se levantem dúvidas acerca da aplicação da mesma, impedir a entrada em vigor de normativos inconstitucionais e servir como último órgão de recurso da Justiça, acima do Supremo Tribunal de Justiça (mas não para matérias de facto, somente de direito).

Nessa medida, é insólito que o TC se pronuncie sobre matérias de inequívoca competência governamental, como seja a definição de um orçamento, com as concomitantes (discutíveis mas ainda assim legítimas) opções em matérias de despesa pública, salários e subsídios. Isso fica particularmente claro nas declarações de voto dos juízes vencidos, nas quais se deixa praticamente claro que o Tribunal está a extravasar as suas competências. Se estas matérias fossem de facto de natureza jurídico-constitucional haveria acordo dos juízes pelo menos quanto a isso, mesmo que depois as opiniões quanto à inconstitucionalidade fossem diferentes. A motivação da decisão não é pois jurídica (e menos ainda constitucional) mas política, ou eventualmente até pessoal.

Se no órgão de topo do nosso sistema judicial temos juízes deste calibre é fácil perceber porque funciona a Justiça tão mal em Portugal. Há uma contaminação clara da justiça pela ideologia e pela política. Esse problema, que não é exclusivo de Portugal, poderá ser uma factor de perturbação das sociedades nas próximas décadas, pois não há Estado de Direito onde não há Justiça. Em vez de zelar pela aplicação das leis em benefício do bem estar dos cidadãos, o poder judicial ameaça tornar-se numa força não eleita de transformação social, poder não democrático e até ditatorial, pois não passível de recurso. Aliás nos EUA os Supremos Tribunais, sobretudo o Federal, já decidem matérias de cariz social e civilizacional, como o aborto, o casamento e a posse de armas, sem consideração pela vontade popular ou pelo poder executivo.

Voltando à situação concreta em que nos encontramos, creio que, face ao actual quadro e à contestação social existente, o Governo deve considerar seriamente a sua demissão. 

É evidente que existe um enorme descontentamento e mesmo agitação social face às medidas adoptadas pelo Governo. Este considera que estas são imprescindíveis para ultrapassarmos a actual situação, mas depara-se com dois grandes focos de oposição: por um lado o elevado nível de contestação popular, cívica e política que manifesta uma autêntica revolta por medidas que manifestamente não compreende (ou por desconhecer por completo o que está em jogo ou por achar que o caminho para a resolução da crise deveria ser outro); por outro uma oposição declarada do poder judicial que objectivamente impede o Governo de prosseguir o caminho que tinha delineado.

Assim, não podendo seguir o caminho originalmente traçado (bem ou mal) e enfrentando uma oposição quase raivosa da parte de grandes sectores da população (que aderiu ao discurso do "roubo") o Governo deveria a meu ver apresentar a demissão. Não me parece que se possa governar contra a vontade do povo por tanto tempo, ainda que formalmente o Governo tenha a legitimidade da maioria na AR.

Para mim só há duas hipóteses: ou o Povo não entendeu a situação em que estamos (caso em que manifestamente não está disposto a seguir o caminho de austeridade que o Governo preconiza, perante o que qualquer veleidade deste último de levar a cabo o seu programa estará votada ao insucesso) ou a avaliação da situação que o Governo faz não é a mais correcta e haveria outros caminhos mais frutuosos a prosseguir.

Em qualquer dos casos parece-me que as eleições seriam a melhor solução. Num tal cenário o PSD deveria dizer claramente aos Portugueses que considera não haver futuro para Portugal fora da estratégia de consolidação das finanças e que consequentemente governaria de acordo com esse princípio.

Depois, caso os portugueses aceitassem a mensagem e o PSD vencesse, o actual Governo saía legitimado na sua opção. Caso optassem por dar a maioria ao PS, verificar-se-ia uma das três:

  • ou este seguia exactamente a mesma política do actual Governo (caso em que o odioso deixaria de recair sobre o actual PM e o futuro líder do PS perderia toda a sua credibilidade);
  • ou seguia uma política diferente, com menos austeridade, e conseguia melhores resultados, mais criação de riqueza e uma melhor vida para os Portugueses (caso em que todos ficaríamos a ganhar);
  • ou essas mesmas políticas de menos austeridade levavam a novo aumento do endividamento, a nova subida dos juros (caso que me parece mais provável) e a médio prazo a nova situação de insustentabilidade.

Este terceiro cenário é evidentemente o mais indesejável para o País, mas se ele acontecer será em resultado da vontade do Povo. E a democracia é isso. Acho que está na hora do Primeiro Ministro pensar nisto: é que mesmo que ele esteja convicto de que tem a missão de salvar o País (e parece-me ser o caso), tem que entender que não se pode salvar ninguém contra a sua vontade.