terça-feira, 22 de março de 2016

Irão os Europeus finalmente acordar?

Infelizmente penso que não. Toynbee dizia que as civilizações não se extinguem por serem conquistadas mas sim por se suicidarem. A civilização ocidental entrou em modo de suicídio colectivo. Os minutos de silêncio, as declarações de repúdio e as manifestações de pesar não vão resolver problema nenhum. As causas e os agentes estão perfeitamente identificados mas insiste-se não apenas em não agir para resolver mas até em agravar o problema. É isto que os líderes europeus, uns mais do que outros, mas todos sem excepção, têm feito. Hollande parece ter percebido (tarde) mas Merkell persiste no erro. E mesmo entre as populações ocidentais muitos continuam a enfiar a cabeça na areia e a fingir que não sabem qual é o problema. Ou a sugerir que não há solução possível. Já aqui disse que Trump pelo menos tem a coragem de colocar o dedo na ferida e estar pronto para tomar medidas radicais. Na Europa pelo contrário o que com toda a probabilidade se irá fazer é retirar ainda mais as nossas liberdades, as liberdades das pessoas decentes, das pessoas pacíficas, dos europeus propriamente ditos, para que os criminosos, os terroristas possam viver entre nós. Nem com um desenho à frente esta gente aprende. Qual a parte de "vamos matar os 'infiéis'" é que nós ainda não entendemos?

sexta-feira, 18 de março de 2016

Não sei bem o que pensar de Trump

Não tenho ainda uma opinião definitiva acerca de Donald Trump.
Por um lado aprecio a sua coragem em dizer o que mais ninguém se atreve - em muitos casos verdades evidentes. Aprecio o desassombro com que arrasa o politicamente correcto que ameaça eliminar a liberdade de expressão no Ocidente. Concordo com muitas das suas propostas, como repor o controlo de fronteiras, fazer cumprir as leis, ter um sistema de saúde nos EUA que não exclua ninguém e ter um Estado minimalista (embora estas duas últimas possam ser mutuamente exclusivas...).
Não ignoro porém o seu tom populista, os seus traços de demagogo e de autoritarismo e preocupam-me os seus excessos que já levaram a alguns comportamentos lamentáveis por parte dos seus apoiantes.
Observando o domínio que os liberais progressistas, em muitos casos com os mesmos tiques totalitários e intolerantes, detêm sobre os media (com raríssimas excepções, como seja o caso da Fox News, um canal entre dezenas que mesmo assim muitos desejam silenciar), pergunto-me se não será realmente necessário um bulldozer como Trump para mudar o estado de coisas.
Por outro lado, a tensão aumenta, tal como o divisionismo. Esta herança de Obama, que se apresentou como uma espécie de Messias que ia curar todos os males dos EUA e reconciliar toda a população e deixa um País dividido e enraivecido, com tensões raciais em picos históricos, é talvez já irreversível. 

A destruição do homem

O avanço tecnológico que caracteriza as nossas sociedades está a transformar a humanidade de um modo descontrolado e sem que tenhamos qualquer ideia de qual venha a ser o respetivo resultado final.

É sempre assim com a tecnologia: a electricidade, o comboio, o carro, os computadores, todas estas invenções extraordinárias mudaram as nossas sociedades e o nosso modo de vida de modos que não antecipávamos.

Em virtude dessas e de outras invenções ou avanços que nos trouxeram grande conforto e benefícios materiais, a maioria esmagadora têm uma visão muito optimista do progresso e da evolução tecnológica, o que se compreende perfeitamente. É indiscutível que o conforto material do homem moderno, não apenas em termos de bens de consumo mas igualmente no tocante ao progresso da ciência médica, é hoje muito superior ao das gerações antepassadas.

No entanto com o desenvolvimento da tecnologia a um ponto em que esta se torna omnipresente nas nossas sociedades a transformação poderá ser ainda mais profunda do que no passado, mudando radicalmente a forma como percebemos e nos relacionamos com o mundo.

Curiosamente já se começa hoje a falar de "trans-humanismo" e - é mesmo verdade - de direitos ciborgues. É o horror à vista.