segunda-feira, 6 de abril de 2020

Covid - o conveniente vírus

Durante o ano de 2016 dois acontecimentos saíram fora do programado: as presidenciais norte-americanas e o referendo sobre a permanência do Reino Unido na UE. Estas eleições trouxeram as maiores surpresas de que há memória: povo americano elegeu Trump e o povo britânico votou pelo Brexit.

Os media de todo o mundo ocidental não percebiam, afinal de contas eles tinham "explicado" tão bem como é que as pessoas tinham que votar... Como era possível que tivessem votado "erradamente"?

As explicações não se fizeram esperar: a "ignorância" das pessoas, na melhor das hipóteses, e a falha de carácter, na pior, o racismo, o sexismo.

A ninguém passou pela cabeça que as pessoas tivessem exercido livremente o seu direito de escolha, optando pela opção que lhes pareceu melhor. Não, isso estava fora de questão. Para a esquerda, a democracia é ela ganhar sempre, pelo que quando isso não sucede algo falhou, algo aconteceu que não deveria ter acontecido.

Daí que nos dias seguintes a estes actos eleitorais tenham havido ... manifestações contra a democracia. A esquerda, que tem o monopólio da democracia, protestou na rua contra os resultados das eleições. Como esses resultados eram "fascistas" deviam ser anulados. 

Viram-se assim pedidos de recontagem dos votos que duraram semanas, ao passo que as insinuações de "interferência" russa iam crescendo.

A esquerda sumamente democrática fez a vida de Trump e seus apoiantes num permanente inferno, com acusações diárias, na maior parte dos casos falsas, ataques, insultos e agressões. Tinha havido pelo menos duas tentativas para assassinar Trump durante a campanha, mas agora as agressões nalguns casos bárbaras aos seus apoiantes tornaram-se banais. Os media silenciaram completamente estas agressões, ao passo que se escandalizavam com "incidentes de racismo" que em geral não passaram de insultos (quando não foram completamente inventados, como se provou nalguns casos).

No Reino Unido as coisas não chegaram a tais extremos. Simplesmente os trabalhistas e alguns conservadores insistiam em não dar cumprimento ao resultado do referendo.

"Fast forward" para 2019. as investigações à "interferência russa" acabam numa mão cheia de nada e o impeachment é derrotado. Depois de várias profecias apocalípticas de que a economia ia ao fundo assim que Trump tomasse posse, renovadas várias vezes com os anúncios de tarifas à China, a economia está melhor do que nunca. A China pelo contrário está na pior posição das últimas décadas e é "obrigada" a assinar um acordo comercial através do qual terá que comprar muitos bens americanos. Além disso a Huawei está a ser investigada por alegadamente espiar os clientes e os EUA estão a pressionar os europeus para que não dêem aos chineses contratos de 5G.

No Reino Unido Boris Johnson vence as eleições e começa a implementar o Brexit de uma vez por todas. Também as previsões cataclísmicas sobre a economia britânica não se confirmam.

E chegamos ao início de 2020. A OMS diz que a China está a portar-se muito bem e a fazer um trabalho excepcional de contenção do novo vírus corona, com que todos os outros países devem aprender. Também diz inicialmente que não há transmissão de humano a humano e que não há razões para bloquear voos da China. 

Passadas algumas semanas o vírus está espalhado por todo o mundo, os hospitais estão sobrecarregados e os países parados.

A China ultrapassou miraculosamente o problema e exporta neste momento para todo o mundo, a começar pelos EUA, equipamentos cirúgicos de enorme valor, como respiradores, e outros de baixo valor, mas em massa, como máscaras.

Os media explicam que o que aconteceu na China, na Itália e em Espanha é uma fatalidade, mas que o que aconteceu e vier a acontecer nos EUA é culpa de Trump. Muitos já dão Biden como praticamente eleito. Johnson está internado no hospital.

Entretanto as economias europeias e americana estão em queda livre, enquanto a China lucra como nunca e consolida a sua posição de abastecedor mundial.

Os direitos dos cidadãos são retirados de um dia para o outro e estes aplaudem as medidas. A vigilância permanente de cidadãos inocentes e cumpridores, que até aqui se conseguira evitar, é agora imposta ao abrigo dos "estados de emergência". Colocam-se as populações em permanente sobressalto com notícias alarmistas de mais casos, mais mortes, da ultrapassagem "da barreira" deste número ou daquele. Também já ouvi dizer que "foi ultrapassada a barreira psicológica de...". Claro que não existe barreira nenhuma, mas isto serve para manter as populações no estado de pânico que se deseja.

Este vírus foi extremamente conveniente. A partir daqui dificilmente voltará a haver "acidentes". A partir daqui as coisas vão-se passar como é suposto e as populações vão fazer exactamente o que devem.

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